quarta-feira, abril 16, 2014

Depauperização

"Venda o seu carro e vá ao Rock in Rio".

Apareceu esta mesma mensagem no meu e-mail.

Já me chamaram tudo.

Hoje foi: Indigente.


terça-feira, abril 15, 2014

Citando: "Também sei"


quarta-feira, abril 09, 2014

Cordeiro, pela altura da Páscoa.

Incluido naquilo que se pode designar por realidade figurativamente delimitada a que o direito dispensa um estatuto historicamente determinado para os seres inanimados, não posso deixar de lamentar a ausência de um conjunto de normas e princípios jurídicos concatenados que permite a formação típica de modelos de decisão que proteja a permissão normativa específica de aproveitamento de um bem.

Querendo ganhar dinheirinho ( porque é de "inho" que falo), de criados e admiradores metafóricos passamos a criados reais.





Histórias avulsas sobre o capitalismo

Aconteceu-me.

Quando devia ter cerca de doze ou treze anos (tinha menos de quinze, quase de certeza, mas nunca fiando) fui convidado para a festa de anos de uma vizinha minha, uma criança ainda mais nova que eu.

Já não me recordando ao certo o dia em que teve lugar o certame, recordo-me, contudo, que foi perto do dia 1 de Junho, eventualmente, um dia depois.

E recordo-me porque, na festa de anos, a páginas tantas, a mãe da aniversariante pede atenção e diz que, como no dia anterior (ou há poucos dias trás) foi dia da criança, todas as crianças presentes iriam receber uma prenda.

Foram chamando os nomes. Um a um. Até sair o meu.

Calhou-me um marcador verde daquelas marcas mais conhecidas. Daqueles que se usam para sublinhar os livros fotocopiados.

O Fim.

terça-feira, abril 08, 2014

Da crise do imobiliário

Descobri hoje, pela voz de um autêntico catedrático da advocacia, que a "crise do imobiliário" era o derradeiro argumento contra a lei escrita.

(Claro que para quem ler isto, vai soar avulso e sem sentido. É verdade que sentido tem pouco, mas não é avulso, na medida em que se enquadra numa linha de pensamento e de vida).

A menos que alguma desgraça aconteça (como ser despedido) ou que morra brevemente, será natural o dia em que saia do escritório onde exerço uma espécie de profissão. Um dia.

Quando esse dia chegar, só ficarão as memórias e algumas certezas.

A certeza que há coisas piores que os períodos de estudo na faculdade.

As memórias de quão possível é ser um escroque.

terça-feira, abril 01, 2014

A propósito do 1.º de Abril

Por estes dias, não posso deixar de pensar que a vida, a existência, é uma constante arguição de tese.

Pela parte de quem vive, só cabe elaborar o raciocínio, pensar nas soluções e defendê-las.

É então que aparece a vida, composta por cinco ou seis catedráticos que se preparam para deitar por terra tudo quanto foi defendido.

Se se defender, por mero exemplo, que é possível ser feliz, independentemente das circunstâncias, eis que a vida faz a pergunta que pode levar ao chumbo: "então se for despedido e estiver doente, vai ser feliz como?".

Não raras vezes, a arguição da nossa tese é feita por quem nos é mais próximo. É feita directamente, com interpelações sérias, desagradáveis e ofensivas, como uma boa arguição deve ser.

Outras vezes é feita indirectamente, com as objecções a serem formuladas sob a capa de pergunta ou mesmo logro, a derradeira forma de teste.

Uma coisa é certa e só foi percebida com o advento da proximidade dos 30 anos: terei de passar todo o resto da minha vida/existência a provar que sei, que gosto, que faço, que me importo, que vou ao cabo do mundo, que fico, que não vou, que penso, que não penso, que aprendi, que não aprendi.

É absolutamente falso que se tenha seja o que for. É meramente ilusória a sensação de pertença, seja ela do que for: bens materiais, respeito ou algo mais.

E é falso por causa das vicissitudes da existência. É falso porque todos os sonhos, seguranças e certezas que temos são varridos, qual poeira, com o mais inusitado acontecimento ou facto que acabámos de conhecer.

O que torna o 1.º de Abril verdadeiramente especial é o seu paradoxo. Como a única verdade na vida é a constante mentira, hoje é o único dia da verdade.