sexta-feira, novembro 20, 2015

Ciclicamente



Como dizia, isto, esta, é cíclica.

Conheci-a algures em França, tocada a partir de um álbum chamado "Pano Cru", de Sérgio Godinho.

Fica para sempre, como o que é bom, mas também o que é mau. Paradoxo engraçado.

 Hoje foi lançado o site que "publicita" (palavra maldita neste meio) os meus serviços.

Sou, agora, uma Call Girl digital.

sexta-feira, novembro 13, 2015

Dias

Dias é um nome a que associo caracóis. No verão (sobretudo no verão), é ir àquela rua ao pé da padaria e trazer aquele que é "o" petisco de final de tarde.

Por outro lado, dias são períodos de 24 horas que compõem um ano.

Contudo, há ainda quem associe dia ao período dessas 24 horas em que há luz. Depois de se extinguir essa luz, vem a noite.

Há pouco mais de uma semana, despedi-me do meu anterior emprego.

De lá para cá, fiz telefonemas, tive reuniões, tomei cafés e fui a almoços. Visitei sítios, fiz perguntas.

Hoje, assinei um contrato, estou numa boa sala (que ainda precisa dos seus ajustes, vá lá ver), consegui alguns clientes e não sinto a atroz presença de almas pouco pias.

Raios, nem tudo é ouro. E as perspectivas? Onde está a continuidade garantida do projecto? Onde estão os clientes que garantem o pagamento de contas? Pois é. Pois é.

Ontem revisitei um filme que, como diz Nuno Markl, "dispõe bem". Dispenso-me de referir o nome. Basta-me atentar ao personagem principal que, ao longo da história, citava umas quantas regras que, garantia, o mantinham vivo. A regra que mais dificuldade teria em respeitar era a n.º 32: Aprecia as pequenas coisas.

Ora, hoje, como disse, assinei contrato. Como só hoje o assinei, o Senhorio fez um desconto de quase metade da renda devida, quando nada o fazia prever. O escritório foi entregue devoluto, o que lhe dá uma nova cara. Há promessa de benfeitorias porreiras. Isto é apreciar as pequenas coisas.

Pode não parecer, mas acabo a semana com o brasileiro "alto astral". São dias. Dos luminosos.

(Caros leitores, bem sei que isto é um espaço de auto-comiseração e sofrimento puro. Esse registo voltará quando, daqui a tempos, não houver dinheiro, ehehe).

quarta-feira, novembro 11, 2015

Causa natural das coisas

A bem da verdade, cumpre concluir que se uma canção o diz, fico desonerado de o escrever. Remo. Sigo remando. https://youtu.be/L3VptpW39YE

quinta-feira, novembro 05, 2015

Ontem.

Ontem tinha um emprego.

Quer isto dizer que tive um emprego.

Continuo a ter trabalho.


Ontem, demiti-me.

Vieram-me à cabeça as palavras de Ronaldo, apelidado de fenómeno: "Perdi para o meu corpo".

Eu também perdi. Para a dignidade. Ela levou-me a melhor.

A minha vida, muito mais alegre, agora continua. Transformei a vida em mulher da rua, na mais nova dama do tom de cristal.

segunda-feira, novembro 02, 2015

Somatório de ideias ridículas

Apetece-me continuar na senda Miguel Martins.

Sou de esquerda. Conheço muitas pessoas de esquerda. Conheço algumas pessoas de direita. As pessoas de direita tendem a deixar de apreciar a minha companhia.

Apesar de perder o respeito das pessoas de direita, creio que está na esquerda a maior crise de socialização. Há, na esquerda, uma ideia bélica do debate que tende a querer o desaparecimento do oponente.

A pensar nisso, tive outra ideia de programa para a TV. O nome é "Dá uma chance". A música de entrada seria "One more chance", de Julio Iglesias Jr., que existiu.

Seria um programa semanal a ser emitido às 5 horas da manhã, com a duração de uma hora. O formato seria um crossover entre entrevistas sérias e um espírito "Só Visto", com descontracção.

Objecto: reabilitar figuras pouco gratas à esquerda portuguesa, que se dispusessem a ser entrevistadas em tom "intimista" numa toada de perdão. Ou seja, por serem escroques aos olhos de muitos, tentariam a reabilitação, mostrando que "também são gente".

Para o primeiro programa, Camilo Lourenço.

Todas as entrevistas, dirigidas por Daniel Oliveira (o do B.E), deviam começar com a seguinte pergunta: "Porquê".

Caberia ao convidado dar a entender que, caso um dia a sua agenda oculta de tomar o poder via media viesse a concretizar-se, seria um amigo de todos.

Camilo poderia alegar que até tinha amigos comunistas e já acompanhou com malta da ala esquerda do P.S. Que tanto apertava a mão ao Passos como o pescoço a Costa.

Ao fundo, imagens dele a brincar com um cão de pelo bonito. A almoçar com os filhos, estando estes positivamente sujos de andarem a rebolar numa qualquer lama.

Para o segundo programa, Gomes Ferreira, o joker da macro economia.


Euromilhões

Entre determinado emprego e o euromilhões, prefiro mil vezes o emprego.

Não é o dinheiro ( e se eu gosto dele), é o que fazemos com ele. E, especialmente, é o que fazemos para o ter.

Gostava que, como dizem os Brasileiros, "desse tudo certo".

Mas, como quase toda a gente, não terei nascido para fazer o que me faz feliz.

Ninguém nasceu para ser cantoneiro ou operador cemiterial. Mas essas profissões são exercidas.